Desde o início dos anos 2000, com a ascensão de gigantes da tecnologia como o Google e o Facebook, não só a internet, mas toda a forma como interagimos e consumimos conteúdo foi transformada.

Ao mesmo passo que elas democratizaram o acesso à tecnologia, também centralizaram todo o controle da internet. Ou seja, ficou cada vez mais difícil para criadores de conteúdo ou pequenas empresas terem sua presença digital de forma independente. Se você não está no Google ou no Instagram, basicamente você não existe.

Gig Economy e Creators Economy

A Gig economy foi um primeiro, e importante, movimento que marcou a forma como entendemos o trabalho. Liderada por modelos de negócios como a Uber e Upwork, que centraliza serviços de freelancers, ela possibilitou uma nova forma de trabalho não convencional e muito mais fluida.

O que começou promissor, com o passar do tempo foi apresentando grandes problemas estruturais: Instabilidade financeira, redução no poder de barganha, falta de direitos ou proteções trabalhistas e, por incrível que pareça, falta de autonomia.

Plataformas digitais como YouTube, Instagram e Vine pavimentaram o caminho para o que hoje chamamos de creator economy, ou economia da influência, e que também foi revolucionária.

Agora basta consolidar uma audiência engajada e você consegue faturar muito dinheiro, principalmente com parceria com marcas.

O jogo dos algoritmos e a dificuldade de monetização

Ao mesmo passo que essas gigantes permitiram que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo conquistassem sua legião de seguidores, elas deixaram pouquíssimo espaço para a monetização. Apenas 1% dos criadores de fato ganham dinheiro com seus conteúdos.

A forma mais comum de monetização é através de parcerias com marcas, mas vemos outros modelos ganhando força como trabalhar com ad share revenue, lançamento de marcas de bens de consumo ou, mais recentemente, produtos digitais como cursos online e ebooks

Para manter a sua audiência engajada, você precisa jogar o jogo dos algoritmos.

Se antes as mídias sociais valorizavam a individualidade do criador, hoje para sustentar seus modelos de negócio baseados em publicidade, eles acabam comoditizando seus criadores.

Falta de originalidade, desvalorização do conteúdo, falta de independências, insegurança e esgotamento criativo são alguns dos problemas que o criador enfrenta nesse contexto.

O futuro do criador de conteúdo

Para construir um futuro melhor para criadores, é preciso colocá-los no centro de suas comunidades

A nova era da internet já chegou. E ela veio para descentralizar a rede e devolver esse controle às comunidades.

As novas plataformas serão focadas em valorizar o trabalho dos criadores e ajudá-los a atingir sua independência criativa e financeira oferecendo serviços que facilitem a interação, formação de comunidades e monetização desses conteúdos.

A monetização direta permite que criadores criem com base no interesse de sua audiência e não em métricas de sucesso como likes e tempo de visualização de um vídeo. Os dados passam a ser do criador, e não da plataforma, assim como o conteúdo, que é gerado exclusivamente para aquela audiência.

Serão priorizados canais de comunicação neutros, que permitam uma relação mais direta e profunda do criador com sua audiência. Domínios próprios, newsletter, grupos fechados que permitam a construção de uma comunidade e a monetização direta serão cada vez mais necessários.

Pontos de Ação para você, criador de conteúdo

  1. Repense a forma como você monetiza o seu conteúdo
  2. Seja o dono dos seus dados
  3. Abrace a sua comunidade
  4. Procure plataformas que suportem — de verdade — criadores de conteúdo